O que é VS e Sequencer? Parte 1

O que é VS e Sequencer? (Parte 1 de 2)

 

VS, Sampler, Backing Track, Sequencer, Playback, Loop, MD, Multitrack, qual o significado de cada?

E aí galera!

Nesse post eu vou falar de um tema muito comum entre médias e grandes produções, mas que ninguém sabe ao certo o que significa, e qual a diferença entre todos os nomes dele: O famoso VS.

Ele é a gravação que a gente solta ao vivo, junto com o metrônomo, e que tem aquela parte de teclado que o tecladista não consegue tocar por falta de dedos, ou aquela parte de metais que não deu pra levar na estrada, ou ainda aquele backing vocal maravilhoso que só deu pra pagar no estúdio.

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O pessoal chama ele de tudo quanto é nome: de Sequencer, de Backing Track, de Multitrack, de Playback, de Sampler, de MD, de Loop, de VS mesmo… Enfim, a lista é grande, e agora você vai saber ao fundo o que são todos eles.

Vamos começar com o mais antigo: o Sequencer.

Nos anos 80 o CD tinha acabado de chegar, e não haviam muitos equipamentos de gravação acessíveis como hoje em dia. Imagina se a 35 anos atrás pessoas iam imaginar que hoje a gente carrega gravadores portáteis (que ainda fazem ligações) em nossos bolsos.

A música era totalmente ao vivo. Só era possível se ouvir o que podia se tocar. Porém, com a chegada dos sintetizadores com opções de MIDI, era possível disparar uma sequencia de notas, sem ter que necessariamente tocá-las.

O termo “Sequencer” vem justamente disso, sequência de comandos. Os “MIDI Sequencers” (Sequenciadores MIDI) mandavam sinais para sintetizadores de som, fossem eles Teclados, “Drum Machines” (Máquinas de Bateria) como a TR-808 da Roland, ou outros tipos de geradores de som.

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Roland TR-808

Já existiam também outros tipos de sequenciadores, mas esses eram bem específicos de teclados e eram quase totalmente analógicos, sem nada digital. (Que maravilha que são os computadores, não é mesmo?)

O que isso tem a ver com o som que usamos no palco? Bom, as bandas maiores levavam esse equipamento todo, o “MIDI Sequencer” e os sintetizadores, para o palco, e lá soltavam as trilhas eletrônicas, junto com o click ou não, e assim podiam expandir o que eles tocavam no palco, sem ter que levar mais gente.

Imagina que antes, pra fazer isso, tinha que levar um sistema de fita pro palco, como fazia o Queen com Bohemian Rhapsody em 1981. E não tinha click, ou seja, não dava pra tocar junto. Era só para efeitos e introduções, como o Pink Floyd também fazia ao vivo.

O Famoso VS

Desde então a vida ficou muito mais fácil. Na metade dos anos 90 chegaram os VS, “Virtual Studios” da Roland. Eles eram a versão digital de uma mesa de gravação em fita. Eles podiam gravar até um número limitado de canais (o VS-880 podia mixar 14 faixas ao mesmo tempo), e podiam ser disparados sincronizadamente, e tudo no digital. Isso permitia que você programasse coisas do tipo: no refrão, o teclado sobe um pouco de volume. Isso era chamado de automação, coisa que só era possível nos estúdio gigantes e caríssimos da época.

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Roland VS-880

Com esse número de canais, já era possível colocar aquele coral e aquele trio de metais, lembra deles? E ainda dava pra colocar aquela base de guitarra, quando rolava o solo, aquele violão pra não precisar carregar mais coisa na van, aquele sintetizador vintage que foi maravilhoso na gravação mas que já é tão sensível que nem dá pra tirar ele do estúdio. Enfim, as fronteiras foram se expandindo.

Esse foi um grande auge desse tipo de material pré gravado usado no palco, pois esses equipamentos já podiam ser comprados por bandas de bailes de médio porte, e lógico, as grandes bandas também usavam.

Os MDs

Nessa época, a Yamaha também lançou a sua versão de Gravador Multipista: os MDs (MiniDiscs). Esse formato foi bastante divulgado como sendo o futuro, mas a gente já sabe que não foi bem assim.

Esse MiniDiscs podiam reproduzir até quatro faixas ao mesmo tempo, então dava pra ter opções e ainda soltar o click junto. Até hoje não é incomum encontrar esse tipo de equipamento com alguns veteranos.

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Yamaha MD4S

Na metade dos anos 90, esses “Virtual Studios” se desenvolveram e se tornaram totalmente integrados com os computadores. Os programas que chamamos de “Digital Audio Workstations”, ou “DAW” (Estação de Trabalho de Áudio Digital), como o ProTools, o Cubase, o Logic, o StudioOne, etc., são a evolução do que um dia era totalmente dependente de um hardware.

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PreSonus StudioOne 3 – DAW

Playbacks

Agora vamos falar dos Playbacks. Lógico que eles já existiam desde os anos 80, quando se tinha dinheiro para fazer a prensagem de uma versão da gravação sem a voz do cantor (que às vezes era melhor que a versão original, diga-se de passagem).

O princípio era o mesmo. Uma gravação de fundo com tudo o que não poderia se tocar no palco. No caso de programas de auditório, não tem como montar uma estrutura para a banda inteira tocar só uma música, logo, os “Playbacks” foram muito usados, e ainda são, para esse tipo de situação.

Lembrando que o cantor pode estar cantando ao vivo, ou só dublando, o que chamamos de “Lip Sync” (Sincronização de Lábios).

A diferença do Playback para o VS, é que não precisava de algo para se tocar junto. Só a música já era o suficiente para se saber onde estava e como dublar. Lógico que às vezes rolava um Jazz.

O “Sequencer” não precisava de click porque se sincronizava com os teclados e afins por meio do próprio MIDI, e o VS além de já disparar tudo no tempo, ainda tinha uma faixa de click separada, para o baterista poder conduzir a banda.

O Loop

Isso nos leva a outro tipo de recurso: o Loop. “Loop” em inglês significa algo que dá voltas. No caso estamos falando de uma batida ou groove de poucos compassos, que se repete muitas e muitas vezes. Normalmente é uma batida de percussão ou uma batida eletrônica, o que permite o baterista tocar junto. Nesse tipo de recurso não há click separado, então a forma de se tocar junto é ouvindo o próprio loop, que já tem nele mesmo a marcação de andamento, como um cowbell ou uma meia lua. Os Loops também foram muito usados nos anos 90, principalmente por DJs que puxavam pedaços de gravações famosas e misturavam com outras músicas.

A vantagem do Loop é que não é necessário um grande equipamento. Qualquer coisa que solte o som, como um toca fitas, um CD ou MP3 player, pode ser usado. Isso faz com que ele seja usado em situações com orçamentos limitados, como em Igrejas e em bandas pequenas.

Quer saber mais?

Em alguns dias vamos lançar a segunda parte dessa matéria. Se você quer receber um aviso, deixe seu contato abaixo:

Um Abraço, e muito som!

About the author: Diego Monteiro

Produtor Musical & Baterista. “Gosto de ouvir música boa, gosto de fazer música boa. E quando estou no estúdio, da pra ver lá na frente, quando alguém vai dar o play, e vai mergulhar naquilo que fizemos.”

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