A Compressão é uma das ferramentas básicas na hora da mixagem. Ela faz com que cada instrumento esteja em seu lugar, controlado e audível.
Semana passada falamos sobre Equalização, e hoje vamos falar do seu parceiro: o Compressor. Na matéria de hoje você vai conhecer as quatro principais formas de se usar Compressão.
A Compressão nasceu no início das transmissões de rádio. Ela ajudava a manter os volumes uniformes, para que o engenheiro de som não precisasse ficar mexendo nos volumes das músicas.
Aliás, até hoje a compressão é usada nas rádios.
Mas imagine na época em que as orquestras eram transmitidas nos programas de rádio. Praticamente toda peça de música clássica tem variações de ppp (pianíssimo) para fff (fortíssimo).
Com a limitação das transmissões de rádio, os sons muito baixos não eram ouvidos, fazendo com que o som precisasse ser aumentado. Mas logo depois vinha o Tutti, com o volume super alto, estourando o sistema da rádio e distorcendo loucamente. 🤘
O Compressor foi inventado para lidar com esse problema. Porém hoje em dia, ele assume muitos papéis.
Controlar Volumes
Um dos principais usos da Compressão é para Controlar Volumes de instrumentos e de músicas completas. Na voz a Compressão é um elemento chave.
É comum que a voz varie muito de volume e de intensidade durante a performance. Até porque essas variações trazem dinâmica e interesse para a música. Porém, corre se o risco de a voz ser engolida pelo outros instrumentos nas partes mais altas da música.
O Compressor controla os momentos mais altos, fazendo com que ele fiquem num volume adequado, mas permitindo que os momentos com menos intensidade apareçam também.
Isso vale para todos instrumentos com uma grande variação de volume.
Aumentar a Intensidade
Sabe aquele som de bateria que vem praticamente na sua cara? Com certeza ele tem compressão, e muita!
Nesses casos, a compressão é usada para dar a impressão de mais intensidade. Ela faz com que as partes notas estejam no mesmo volume das notas altas, dando a impressão de que está tudo muito alto.
Mas a melhor característica é que o Compressor te permite fazer isso de forma controlada, para que a mixagem não seja dominada por um só instrumento.
Experimente colocar uma compressão extrema nos instrumentos da sua mixagem, e prepare-se para sentir o impacto.
Modificar a Característica
Um outro uso do compressor é transformar certos instrumentos.
Vamos imaginar que um violão que foi gravado com um microfone dinâmico está faltando um ataque, um punch. Ajustando o compressor, você pode fazer esse ataque aparecer com mais presença.
Somando esse efeito com um equalizador que destaca as frequências certas, o violão que era simples, acaba virando a parte principal da música.
Vale a pena experimentar com os sintetizadores. Sabe o Envelope? ADSR? Attack, Decay, Sustain, Release? O Compressor controla praticamente as mesmas coisas. Não deixe de experimentar.
Dar a “Liga”
Mesmo se você não usar nenhum tipo de Compressão nos instrumentos da sua música, vale a pena colocar um compressor no Master Bus.
O Compressor, quando usado na música como um todo, faz com que os instrumentos estejam mais juntos. Ele tira aquela sensação de cada faixa estar isolada, e faz parece que é realmente uma banda.
Nas antigas mesas da SSL, havia um compressor que ficava na saída geral da mesa, e ele dava esse efeito de “dar Liga”. Hoje em dia muitos plugins simulam o efeito que essa mesa criava.
No fim, não importa como, o importante é fazer a música soar como um todo. Para isso a Compressão sempre ajuda. Então não tenha medo de Comprimir!
Até mais, e muito som!